Atividade postada no Google sala de aula em 18/08/2020
A Independência do Brasil
Olá jovens alunos!
Nessa atividade continuaremos estudando o processo de independência
na Américas, dessa vez, vamos nos atentar a independência do nosso país. Peço
que assistam ao documentário que indiquei abaixo a partir de 22 minutos e
depois leiam ao texto que deixei no formulário e que ajudará a responder as
atividades. Se tiverem dúvidas entrem em contato. Sobre o documentário que
indiquei, é apenas uma parte de um documentário feito com base nos estudos de
Boris Fausto, um dos mais respeitados historiadores do Brasil. Forte Abraço.
Prof. Adriano.
A Independência do
Brasil (7 de setembro de 1822)
A Independência do Brasil é um dos
fatos históricos mais importantes do nosso país, pois através dele o Brasil
conquistou sua autonomia ficando livre do domínio português. Mas, há muitas
dúvidas sobre os acontecimentos que antecederam à Independência, levando a esse
desfecho. Para que você entenda melhor vamos lembrar-nos desde o princípio, ou
seja, a chegada da família real portuguesa ao Brasil.
Isso aconteceu no ano de 1808, quando
Portugal estava sofrendo com as invasões militares de Napoleão Bonaparte, mas
para que isso fosse possível Dom João VI foi obrigado a firmar um acordo com a
Inglaterra em troca de proteção para que os súditos lusitanos pudessem escapar
ilesos à ameaça do exército francês, assim, nesse acordo Dom João prometeu
abrir os portos brasileiros a todas as nações aliadas, principalmente para os
produtos britânicos.
Com a saída da Família Real, Portugal
ficou sendo governada por uma Junta de Regência, mas esta foi dissolvida pelo embaixador
francês em Lisboa, que juntamente com o exército de Napoleão invadiu o país. Nos
navios que fugiram para o Brasil, havia mais de 15 mil portugueses. Com a
chegada da Família Real Portuguesa, os grandes proprietários de terra e
comerciantes da colônia se agradaram muito com a notícia, pois assim o pacto
colonial teria fim, e o Brasil deixaria de ser uma colônia, passando a ser como
uma metrópole.
Dessa forma as elites brasileiras poderiam
ampliar seus lucros, através de maiores transações comerciais. Então o Brasil
já começava a dar o primeiro passo para se tornar uma nação economicamente
autônoma, passando de colônia a Reino Unido de Portugal.
Enquanto a situação do Brasil
começava a melhorar, em Portugal a população era obrigada a se submeter à
intervenção política e militar das forças militares britânicas. Insatisfeitos
com a situação, se sentindo abandonados pelo rei, revolucionários criaram um
movimento liberal, a Revolução Liberal do Porto, o qual exigia grandes reformar
políticas no território português. Assim no dia 20 de agosto de 1820, esse
movimento fez com que os grupos políticos liberais tomassem o poder de
Portugal.
Os revolucionários formaram uma assembleia
geral, dando o nome de Cortes, esta tinha como objetivo debater sobre
transformações que poderiam ser feitas, como um projeto de instalação de uma
monarquia parlamentar baseada no regime político que havia na Inglaterra, eles
também exigiam que o Brasil perdesse os benefícios que foram dados, para que o
país voltasse a ser uma colônia. E para que as mudanças acontecessem, o grupo
exigiu a volta de Dom João.
Sem saída, Dom João retornou para Portugal,
pois se não o fizesse poderia perder seu título nobiliárquico. Assim ele deixou
seu filho Dom Pedro I como príncipe regente do território brasileiro. A medida
ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, deixando o Brasil em
péssimas condições financeiras. D. João levou consigo tudo que pôde, o que
causou a falência do banco do Brasil em 1829.
Em meio às conturbações políticas que
se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de
tomar medidas em favor da população brasileira. Entre suas primeiras medidas, o
príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares
nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as
Cortes de Portugal.
A elite econômica brasileira, formada
pelos grandes proprietários de terra e comerciantes brasileiros, temendo que o
processo revolucionário português acabasse com os benefícios conquistados para
o Brasil, resolveram apoiar um projeto que visava a independência brasileira.
Mas eles decidiram que esse projeto seria conservador, sem a participação do
povo, instalando uma monarquia dirigida por Dom Pedro.
D. Pedro resolveu apoiar a
movimentação, pois se opunha à Revolução do Porto, que era de caráter liberal,
indo contra sua formação absolutista.
Como forma de apoio a essa movimentação política, o príncipe regente deu
maior autonomia às autoridades militares nacionais e exigiu que todas as medidas
vindas de Portugal passassem por sua aprovação no momento em que chegassem. Dom
Pedro também começou a se aproximar de figuras políticas que se mostrava a
favor do projeto, isso desagradou imensamente o governo português, que viam que
tais ações prejudicariam seu objetivo de recolonizar o Brasil.
Assim as Cortes exigiram o retorno
imediato do príncipe regente para Portugal, mas Dom Pedro se negou a ir,
preferindo permanecer no Brasil, pois estava sendo prestigiado pelas elites.
Nessa ocasião, 9 de Janeiro de 1822, o príncipe regente falou uma frase, a qual
ficou marcada: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou
pronto. Digam ao povo que fico!” e assim esse episódio tornou-se conhecido como
Dia do Fico.
Logo em seguida, Dom Pedro I
incorporou figuras políticas pró-independência aos quadros administrativos de
seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de
Dom Pedro e defensor de um processo de independência conservador guiado pelas
mãos de um regime monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde
dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua
autorização prévia.
Mas o governo lusitano não se deu por
vencido e em uma última tentativa, ameaçou enviar tropas caso Dom Pedro não
acatasse sua convocação. Além disso, quando estava voltando de Santos no dia 7
de setembro de 1822, Dom Pedro recebeu uma carta com ordens de seu pai para que
se submetesse ao chamado das Cortes e voltasse para Portugal, vieram também
outras duas cartas, uma de José Bonifácio, que aconselhava o príncipe a romper
com Portugal e outra de sua esposa Maria Leopoldina Áustria, apoiando a decisão
de Bonifácio, advertindo o marido, com essas palavras: “O pomo está maduro,
colhe-o já, senão apodrece".
Assim sendo levado pelas
circunstâncias, Dom Pedro não viu outra saída, e pronunciou a famosa frase
“Independência ou Morte!”, assim de uma vez por todas, após mais de três
séculos sendo dominado, o Brasil se tornou independente de Portugal e pela
primeira vez pode ter total autonomia.
Assim nesse mesmo ano, o príncipe foi
aclamado Imperador, levando o título de Dom Pedro I e sendo coroado em 1º de
dezembro de 1822. Mas após tornar-se
independente, o Brasil ainda teve que pagar 2 milhões de libras esterlinas, o
que na época foi um valor altíssimo, exigidas por Portugal, para que fosse
reconhecida a sua independência, para isso Dom Pedro recorreu a um empréstimo
da Inglaterra.
E apesar desse fato histórico ter
sido tão importante e celebrado até hoje, não houve rupturas sociais no Brasil,
sendo que o povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da
independência, a estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão ainda se
manteve por algumas décadas e a distribuição de renda continuou desigual. Quem
mais se beneficiou foi a elite agrária que apoiou e deu suporte a Dom Pedro I.
Responda as questões abaixo de acordo com o texto e o vídeo da atividade.
1- O que foi o “Dia do Fico” nesse contexto que estamos
estudando?
2- Boris Fausto, no documentário, afirma que d. Pedro foi
apoiado pela elite brasileira, quem fazia parte dessa elite? Por que essas
elites apoiavam d. Pedro?
3- Qual era o parentesco de d. João, o rei de Portugal, com
d. Pedro, o príncipe regente do Brasil?
4- É dito que o processo de independência no Brasil foi
conservador, se avaliarmos essa afirmação pensando no papel das classes
sociais, o que podemos concluir? (Lembre-se que, nesse sentido, conservador é
algo ou alguém que quer conservar as coisas como estão, não quer mudanças).